Minha mãe
Beijo-te a mão que sobre mim se espalma
Para me abençoar e proteger
Teu puro olhar, o coração me acalma
Provo a doçura do teu bem querer.
Porque a mão te beijei, a minha palma
Olho, analiso, linha a linha, a ver
Se em mim descubro um traço da tua alma,
Se existe em mim a graça do teu ser.
E o M, gravado sobre a mão aberta
Com clareza me desperta
Um grato enlevo que jamais senti
Quer dizer – MÃE! Esse M tão perfeito
E com certeza, em minha mão foi feito
Para, quando eu for bom, pensar em ti.
Esse poema me acompanha desde a infância. Não me recordava de suas palavras, e, nesse dia das mães, pra minha surpresa, a minha mãe o escreveu para minha pequena me dar. E, como toda internauta, lá fui eu perguntar ao Google quem o escreveu, pois minha mãe nunca soube. Ela o ouviu declamado por uma professora de meu irmão mais velho, ainda nos primeiros anos de escola.
Esse soneto, escrito por Martins Fontes, de quem acabei de me tornar fã, sempre descreveu o que sinto por minha mãe. Aliás, as linhas em minha mão desenham um M de maneira perfeita.